digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 30, 2006

Negro

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O negro não tem cor, porque não se sabe o que lá está. O negro não é a morte, não é luto, não é negação, não é maléfico, não é o Diabo, não é arrepio... o negro pode ser qualquer coisa. O negro só não é luz. Basta dar luz e deixa de o ser. É a ausência da luz. Pode perguntar-se: «Qual é a cor do negro?» Por isso, o negro pode ser qualquer cor. Pode até ser uma festa de flores e borboletas, com meninas felizes aos saltinhos que, por estarem no negro, brincam de olhos destapados à cabra-cega. Gosto do negro. E quem diz mal do negro não sabe o que diz.

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