digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 08, 2025

Mulher fantasia, cianómetro de medir o rosa


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Anos sem ver, menos que eternidade, além da teimosia.

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A memória é animal caprichoso, tanto morde, muito beija, inventa-se na verdade e na ilusão.

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Se não é ouro, é prata. A prata quando faz de ouro, é ouro. E é ouro como a verdade.

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Foi pouco, porque poucas e pouco por muito o grande a vontade.

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Pele da cor da pele, forma de feitio exacto, na inexactidão perfeita do corpo que a roupa esconde. Ideal, por isso justo.

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Mais desejados do que lembrados, os lábios gémeos generosos.

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Curvada disse engano, por bem consumado. Modéstia injusta, sem vaidade, mas verdade.

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A boca e o Céu, palavra indizível.

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Rosácea, ogiva e botantes, templo perfeito. Doutro ponto nunca me esqueço, os pináculos.

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Se eu percorresse a nave tombaria pela luz, como um milagre.

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Religiosamente lembro, devoto digo e crédulo desejo, iludido sabendo a verdade.

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Aspiração de êxtase. Oração por atender, esperança por cumprir.

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Se a rosa é perfeita, é azul-celeste o que se diz.

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