Anos sem ver, menos que eternidade, além da teimosia.
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A memória é animal caprichoso, tanto morde, muito beija, inventa-se na verdade e na ilusão.
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Se não é ouro, é prata. A prata quando faz de ouro, é ouro. E é ouro como a verdade.
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Foi pouco, porque poucas e pouco por muito o grande a vontade.
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Pele da cor da pele, forma de feitio exacto, na inexactidão perfeita do corpo que a roupa esconde. Ideal, por isso justo.
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Mais desejados do que lembrados, os lábios gémeos generosos.
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Curvada disse engano, por bem consumado. Modéstia injusta, sem vaidade, mas verdade.
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A boca e o Céu, palavra indizível.
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Rosácea, ogiva e botantes, templo perfeito. Doutro ponto nunca me esqueço, os pináculos.
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Se eu percorresse a nave tombaria pela luz, como um milagre.
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Religiosamente lembro, devoto digo e crédulo desejo, iludido sabendo a verdade.
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Aspiração de êxtase. Oração por atender, esperança por cumprir.
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Se a rosa é perfeita, é azul-celeste o que se diz.
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