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Sentei-me e a janela abriu uma chuva tardia mas antiga, que
tenho memória sem nostalgia. Essa é caruncho de indeterminada ausência, em mim.
Sem arrogância, com sorte ou inconsciência de a ter, não voltaria. Dizia da
água na fonte do que venho falar.
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Se pudesse voltar era rio doutro curso e em leitos donde não
dormiria – pouparia a pedidos de dor na garganta a quem não encontro.
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Dizia chuva porque no tédio nem sempre vive a morte. Não me
lembro de saber da melancolia escondida e muda. Se sempre a tive como
mãe-irmã-mulher estou onde não sou.
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Estranhado desconheço-me aqui e incompreendo. Nem assim
palpito o pesar-memória-saudade.
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Sem ter o sofrer e só saber-me inostálgico.
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O que faço, então?
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