digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, abril 25, 2019

Nesse


.
Sentei-me e a janela abriu uma chuva tardia mas antiga, que tenho memória sem nostalgia. Essa é caruncho de indeterminada ausência, em mim. Sem arrogância, com sorte ou inconsciência de a ter, não voltaria. Dizia da água na fonte do que venho falar.
.
Se pudesse voltar era rio doutro curso e em leitos donde não dormiria – pouparia a pedidos de dor na garganta a quem não encontro.
.
Dizia chuva porque no tédio nem sempre vive a morte. Não me lembro de saber da melancolia escondida e muda. Se sempre a tive como mãe-irmã-mulher estou onde não sou.
.
Estranhado desconheço-me aqui e incompreendo. Nem assim palpito o pesar-memória-saudade.
.
Sem ter o sofrer e só saber-me inostálgico.
.
O que faço, então?

Sem comentários: