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Esperar ser seu, da carne à emoção, é um ardor razoável.
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Se o seu desejado quiser ser seu, será seu.
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Se o seu-desejado não cumprir tal ensejo, teimar será cobiça.
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A cobiça é inveja adulta, qualquer inveja discursa a
derrota.
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O postigo não é porta nem o buraco faz de túnel.
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Parar é inteligência, insistir é arrombo.
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Enraizando-se numa birra – do melindre e do ciúme – a porta é
só de saída e o orifício estreita-se do desalentar ao ferir.
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Implorando crescentemente, como nova-chegada, resta-se como súplica
de soluçar.
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Escangalhado-cego-e-surdo, o amor-próprio é um nado-morto e
a sua lágrima do desgosto afoga-se patética.
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Não havendo ânsia das outras alma e corpo, talqualmente
tudo, quando não é, não é.
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As indevidas querenças, de eternidade e luxúria, são peçonha
incessante e maníaca – uma doença crónica voluntária.
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Porque já chega, diga-se:
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Um envenena e outro empesta.
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Se existisse, que escolhesse – o Diabo.
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Por cá, escolhemos e certezantes amamo-nos.
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