digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, julho 27, 2018

O rio triste à foz

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Rio triste, a cada gota indo chega outra em flor, luz de caminho, flor-da-luz, derramando-se de eterna.
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O monólito de carbono enternece-se e nos soluços do caos alegra-se para o sacrifício de mercê e graça, sorriso involuntário-autêntico no espelho de cintilação.
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Da pedra grande se faz o navio, inencalhável e de garantido, navegar até à foz.
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Cada saudade abandonada no leito é semente da alegria que chegará da morte da saudade.
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Cada minuto passado é outro chegando e indo haverá aqui, onde a viagem começou e terminará.
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O abraço da chegada é maior se – como assim se encavalitasse na cegueira do desejo – juntar o tumultuo do riso em glória.
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Na glória se apaziguará a tristura.
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Morrendo a inquietação pelo esclarecido amor vindo pelo rio triste tornado vida.
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O rio triste vindo ao seu oposto e assim o é.

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