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– O que é a luz?
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– Perguntas-me e olhas para mim?
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– Diz-me.
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– …
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– O que é a luz.
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– Olhando os teus olhos. Vejo-te um jardim, onde o brilho
conta apenas alguma coisa. Não sei explicar.
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– Isso não me diz sobre a luz.
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– É o que sinto. Aliás, pressinto.
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Pressinto porque é como te sentisse um anjo. Alguém
resgatando-me do mundo onde não gosto de viver.
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– O mundo é só um.
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– Fazemo-lo.
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– ...
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– ...
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– O meu mundo faz parte do mundo…
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Não sei se gosto do meu mundo.
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Não sei se gosto do mundo.
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Não sei se gosto do meu mundo no mundo.
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– Isso não responde à pergunta que te fiz…
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– Como assim?...
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Não esperava que respondesse.
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– O que é a luz?
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– Não sei.
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– Sabes. Sabes.
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– Não entendo.
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– Perceberás!
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Fecha os olhos. Pensa no que, assim de repente, te chega
como o mais belo.
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– …
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Não vejo nada…
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Vejo flores.
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– Como são?
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– São muitas.
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– Não são.
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Olha-as bem.
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– Realmente!...
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– O que vês?
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– Cores. Todas quase iguais.
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– Entre elas há alguma vendo-a diferente?
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– Sim. Há uma.
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…
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Uma só.
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– Como é essa flor?
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– É de luz.
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De calma. De serenidade.
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– Disseste de luz.
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O que é a luz?
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– …
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– O que é a luz, agora que vês uma flor de luz.
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– Sinto um inexplicável…
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– A luz é o amor!
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Amas-me?
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– Muito. Como nunca amei ninguém.
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– Essa é luz é a do teu amor por mim.
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Essa luz é a minha felicidade contigo.
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– És a luz?
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– Não. Sou o teu amor.
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Sou a tua flor de luz. Uma flor só tua e, por isso, também
única, sem par ou parecença com outra.
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– És uma flor?... És uma flor.
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– …
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– És a flor de luz.
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Percebo a luz de que falas e de quem és.
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– …
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– Amo-te até onde um homem pode amar.
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– Tu és o meu amor. Dás-me luz.
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– Brilhas-me sem sombra.
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– Amamo-nos. Isso é luz.
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