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Certo como nunca e amando tão longe. Olhei para o mapa e não
vi se iminente ou remoto o bailado.
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Não percebi. Juro que não. Não entendi olhando para o mapa.
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Após o susto, encontrei.
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Após o susto, encontrei.
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Fiz contas, tão erradas como qualquer coisa – seja por
estrada, atalho entre cumes, valadas e rios.
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As contas estão sempre erradas. São enganadas, por natureza.
Fiz, pois, adições, já malfadadas à saída. Juntei percursos optimistas, como se
querendo convencer-me de que o distante fica ali.
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As contas – nunca ajustadas – falaram-me em mil seiscentos e
trinta e um (1631) quilómetros. Se o mito do andar impõe que em cada hora se
façam cinco (5) quilómetros, serão trezentos e vinte e seis (326) horas até a essa linha do terminar da romaria. Digo
eu que, de aritmética e ginástica, sou quase virgem.
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Quanto aguentaria a peregrinar? Se corresse? Se corresse
seria mais demorado – a idade e os danos da preguiça nos músculos dariam um
passeio de alguns metros.
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São outros somatórios. O que faria se me pusesse sobre a
estrada? Se andasse somente a ortodoxia dos metros e do tempo.
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Fácil, não é?! Raispartam as contas, que nunca acabam.
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Quanto aguentaria eu? Dormindo oito (8) horas, descansando quatro (4),
andaria doze (12) horas de sol-a-sol. E, sendo em dor realista, a carreira
seria de seiscentas e cinquenta e duas (652) voltas de relógio.
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Até ficava nos vinte e sete (27) dias – as contas estão
sempre ensarilhadas, sabe-se. Até estas, pecando insuficientes.
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Tão tarde, que melhor ficam os meus passos por cá e os do
meu amor dançando por lá.
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Para quê se não se dançam as estradas nem a dança tem outros
passos que não os seus?!
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Ah! O nosso amor é tão certo que qualquer beijo alcança os
outros lábios ainda antes de abalar – quem tenha ficado em mistério, a rota de
Lisboa ao salão duma quinta de Gennetines é uma vereda, percorrida no momento da carícia.
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Reconheço que me tornei atleta, coxo de aritmética, mas
amando, em suspiros, no meio mês que me aparta da Flor de Luz.
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