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Há dias do cão e outros da toupeira, quando os gatos não
aquecem nem a chuva do outro lado tem o ruído duma quietude.
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Não é frio ou chuva ou os comprimidos por tomar. As frases
surgem feitas, guiadas por uma qualquer mão, sem fotografias ou voz ou nozes ou
avelãs.
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Para mais, a meteorologia não constrói o tempo.
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O fígado-estômago-pulmões-coração-cabeça-espírito é o túnel.
O ser-estar é a luz sem claridade nem tampouco da fosforescência do néon
solitário dos reclames das cidades.
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Nem meia-idade chegou.
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Sou quase dias-percorridos antes do retrato solene ou do
fantasma preso às coisas ou antes da refeição fastidiosa. Como a gramática
encadernada em cabedal ou o pó do relógio-pendular.
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Escrevo-me todos os dias e risco-me. Esperanço-me na
teimosia dos cegos presunçosos. Porque há dias parecidos com o fulgor.
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A solidão só chega para uma pessoa e a ela se termina.
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Amanhã será novo atraso.
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