digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, outubro 17, 2017

Ela

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Olhei-a nos olhos, nos instantes que demoram os segundos e as horas, e vi-a.
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Não sei se em verdade, mas vi-a.
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Naqueles olhos estava a sua nudez.
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Nessa brevitura caiu-lhe a roupa. Sorrindo, do envergonhado ao desdém e da provocação à cobardia, subiu-a.
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Assim purinha de perfídia absoluta, como a do gato predando.
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Um homem não vale nada. O espreitar da pele mata fulminantemente.
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As horas passam-se, o tempo é invisível e o inacontecido é eterno.
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Não sei se em verdade, mas via-a. Nua como o lume.

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