digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 09, 2017

Como palha

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Há poetas que são máquinas a escrever e outros escrevem à máquina e outros no computador e há quem ainda o faça à mão e também os que parecem ter uma máquina a escrever por eles.
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Um panfleto pode ser poético e um poema ser panfletário, mas nunca a poesia o pode ser sem sentido poético.
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Manuel Alegre ganhou o Prémio Camões. Eu nunca o ganharei e é por azedume que desgosto.
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Pode ser imodesto e arrogante, mas Manuel Alegre não é um grande poeta e em menos de meio século estará ao lado de Júlio Dantas.
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E eu? Nem um zingarelho escreve bem por mim. Até me disseram que calado sou poeta.
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O que é muito diferente de até calado ser poeta. Coitadinho de mim.

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