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Muitas vezes estou nu na praça e as pessoas vão e a minha
voz sem se ouvir nem mesmo quando levada pelo vento. Porque os outros têm
problemas e horas e os seus olhos são também iguais aos meus, vazios na cabeça
enleada de ausências e equívocos.
digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
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