digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, março 08, 2017

A angústia

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A angústia desce da garganta, onde se segura e se não desprende, para apertar o estômago, quase ao vómito, à fome e ao fastio. As mãos tremem e o cérebro diz acelerado e o coração respira lentamente.
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Para que servem as pálpebras? Para se fecharem, para os olhos não vejam nem vejam – cegos uns dos outros, como o gato escondido.
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Para que servem os outros? Para alguma coisa, mas não para desangustiar.

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