digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, fevereiro 16, 2017

As gomas

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Negros são os dias dentro como as gomas pretas quase azedas e de carvão. Fora de mim é escarlate, cobalto e amarelo-verde-citrão, a Primavera da infância, a primeira vez na casa dos espelhos da feira popular e o primeiro sexo. Antes de nascer prometi-me na alegria, acreditei tanto depois de deixar o ventre, sem passado nem futuro vivi esquecido de ontem e amanhã. Pois carrego as ilusões, recusando-me a claridade. Não é sina, estupidez.

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