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À volta tudo é cenário de teatro com cheiro a sal trazido
pelo vento livre sem acidentes no caminho vindo donde a vista chega.
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Insei se oiço se bêbado se sonho se aqui estou porque aqui
sou porque sou isto e nisso sou nada, figura de cena na sala vazia quando passa
da hora e a madrugada se entrega a Macbeth.
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Não me terão porque não terei, assim rejeitado vivo como
morto há mil anos. Mais de mil tenho passado desde este nascimento. A única luz
é a violeta da porta da fugida.
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É noite o céu é o primeiro espectáculo nele se lendo mentira
no futuro. A flanela negra furada das traças faz de e o monólogo sai vago para
não ser mudo, que os fantasmas sabem de mim quase tudo.
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Caindo sem chegada espero. Aí vejo o arco-íris negro. Sempre
existe. Quase me esqueci.
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