digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, dezembro 30, 2016

Depois é

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À volta tudo é cenário de teatro com cheiro a sal trazido pelo vento livre sem acidentes no caminho vindo donde a vista chega.
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Insei se oiço se bêbado se sonho se aqui estou porque aqui sou porque sou isto e nisso sou nada, figura de cena na sala vazia quando passa da hora e a madrugada se entrega a Macbeth.
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Não me terão porque não terei, assim rejeitado vivo como morto há mil anos. Mais de mil tenho passado desde este nascimento. A única luz é a violeta da porta da fugida.
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É noite o céu é o primeiro espectáculo nele se lendo mentira no futuro. A flanela negra furada das traças faz de e o monólogo sai vago para não ser mudo, que os fantasmas sabem de mim quase tudo.
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Caindo sem chegada espero. Aí vejo o arco-íris negro. Sempre existe. Quase me esqueci.

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