digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, setembro 28, 2016

A dor de Deus

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As aves não cantam em Treblinka.
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Também chove em Auschwitz-Birkenau.
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Em Chelmno a vida não era a preto e branco.
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A memória de Sobibor gera pesadelos.
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O odor de Belzec é irreproduzível.
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Os setenta e dois ainda arrepiam. Como se fossem iguais.
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A minha dor é maior do que a tua.
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A tua dor é maior do que a minha.
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Se o Diabo existisse e a morte não se abrisse novamente à vida.
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Se só tivesse sido loucura a consciência não pesava na alma.
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Nada se apaga, mas venha o perdão – sabe Deus.
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As aves não cantam em Berghof.

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