digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 24, 2016

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Agora já sem olhar, os amantes desavindos cansados nas certezas. Apolo traiu-se e a Eurídice e ela o mesmo. Sem se olharem no caminho de subir que afinal é de descer até Hades e Perséfone calados incomovíveis. Sem nada para dizerem por tudo sabido. Nem beijo nem um número de telefone para ligar, sem nada por dizer por tudo sabido, até na memória se sustém a respiração. Sem olharem e as vistas baças, encharcadas e vermelhas de soluços. Foi-se o amor, ficaram lembranças assassinas para matar.
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Para memória futura: Realizou-se ontem, 23 de Junho de 2016, o referendo no Reino Unido que decidiu a saída do país da União Europeia – Brexit.

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