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Telepaticamente, diante de mim. Está calor e vestes uma
camisolita de algodão e mostras pele. Sonhando, Deus ordena à gravidade que te
desça uma alça, vislumbro a curva do seio e sustenho o ar: talvez veja o mamilo.
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Custo a engolir e duvido de mim. Não sei se só desejo ou se
pressinto. Não sei se sonho ou perante uma visão. Oiço-te em eco como estando num meio caminho. Acho que suo das mãos e levito.
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A pele tem o tom da tremura, do desejo impossível, da tarde infinita,
do suor e dos beijos. Se nos perdêssemos até exauridos e nos reencontrássemos lado
a lado e famintos pelo outro.
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Prometi mas transgrido, deitarei as cartas de tarot: a
grande roda. Alguma magia tem de ser possível. Uma força terá de te acordar
para que te deites comigo.
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Sonhando, um pavilhão aberto com cortinas brancas voando, a
conversa de água, os aromas das frutas do Verão, sem horas, sem mundo. À noite,
a abóbada é plena de estrelas – o maior espectáculo do mundo!
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Os olhos encadeados pelos estrelares, por vezes
olhando-se. Neles vemos o que fizemos e as promessas. Ao amanhecer, as bocas
voltarão ao sexo e antes do dia sentenciar completamente a noite morreremos nos
braços.
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