digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, maio 05, 2016

A janela sineira

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Tenho morrido, por coisas pequenas, notícias irrelevantes, situações da vida, é a verdade. Insignificâncias sem lágrimas, pungências desarrumadas, desilusões de embate mudo e carências esquecidas.
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Morre-se desde o natal e sobrevive-se além-túmulo. Na dúvida vive-se dizendo valer a pena o tempo-vácuo. Para manter as aparências.
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Escreveria sem vírgulas, a vida. Sem elas para-se-me em lavra de pontos finais ou resvala nos desvarios impontuados e segue em enganos gramaticais.
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A banalidade da vida faz-me tristeza banal. O ouro que me encandeou é escondido e negado. A luz do dia não é nas minhas horas tardias. Se quase sempre aconteço antes, quando tardo não espera.
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Os sinos tão solenes não cantarão a partida. Irei como vivo e desisto, gritado e mudo.

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