digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, março 19, 2016

Poema da minha vida

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Escrevia poemas bonitos, davam-me beijinhos e palavras.
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Um dia uma miúda e outra e outra davam-me aperto e em silêncio vivia. Escrevia e não mostrava.
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Sem perceber uma raiva e escrevia, batiam-me palmas.
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Embarquei e em cada porto um poema, aleijava, às vezes doía-me e davam-me beijinhos e palavras.
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Um dia mostraram-me que se pode morrer, escrevi com lágrimas.
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Um dia apresentaram-me a morte e quase tudo são violetas fechadas numa casa de mármore.
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Se for amor, tenho beijinhos e palavras. Se for escuridão, tenho silêncios.

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