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Escrevia poemas bonitos, davam-me beijinhos e palavras.
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Um dia uma miúda e outra e outra davam-me aperto e em
silêncio vivia. Escrevia e não mostrava.
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Sem perceber uma raiva e escrevia, batiam-me palmas.
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Embarquei e em cada porto um poema, aleijava, às vezes doía-me
e davam-me beijinhos e palavras.
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Um dia mostraram-me que se pode morrer, escrevi com lágrimas.
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Um dia apresentaram-me a morte e quase tudo são violetas
fechadas numa casa de mármore.
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Se for amor, tenho beijinhos e palavras. Se for escuridão,
tenho silêncios.
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