digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 11, 2016

A realidade é o rio paralelo

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Nem caído nem descaído, e não anjo – por isso. Sem a tocha da manhã, mas com pedra de subir como banco.
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Nem desobedeci nem adolesci. Sentei-me com um escuro embrulhando olhos, pensamento e alma. Perguntei e sem resposta desisti quieto, e nem tédio ou angústia – ainda antes.
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Profano ou pagão ou confuso por uma questão impossível:
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– As sereias cantam. As sereias são mulheres?
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Na tepidez do tempo infinito fiquei na pedra de subir e pensando fui sereio – não cantei. Até um salpico me acordar.
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Nem tocha de alvorada e sem pedras de subir ou descer, só o aborrecimento.

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