digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Algumas coisas

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Comer morna-quase-fria uma canja de galinha com hortelã e os bagos de arroz ou as massinhas com consistência papel. Laranjas sem sumo. Pêras farinhentas. Conferências científicas. Acordar de madrugada para apanhar um avião. Fazer recados. Frio sem cama. Calor sem praia. Falar ao telefone. A espera na sala de espera dos consultórios. Glorificação da mediocridade. Prémio ao demérito. As linhas das palavras do hip hop e suas rimas. A sabedoria dos ignorantes. As certezas dos ignorantes. Provérbios sem lógica. Gramática sem lógica. Porque na vez de por que. Interviu na vez de interveio. Vêm na vez de vêem. Estrangeirismos por incultura. Desconhecer onde pôr o trema, que não se escreve. Insaber coisas da fonética. Jornalistas com poucas palavras. Jornalistas com medo das palavras. Figuras de banalidades. Não entender como alguém pode não ver a diferença entre os verbos ser e estar. Fazer amor com peúgas calçadas. Ouvir Michael Bublé. Ouvir blues. Ouvir guitarras a estrilhar.

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