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Quem morreu e de amor sobreviveu sabe que a morte é morte e
que se sobrevive numa dor de raiva incompreensão desamor vergonha inveja
traição sangramento lágrimas memórias que se douram outras que se apagam outras
inventadas e até felizes. As esperas infinitas noites e dias e sonhos pesadelos
e fantasias das esperanças puras e das construídas ou o telefone que não toca e
a vigília ou o telefonema que se faz e desliga ou o telefonema ignorado e o remoinho
ébrio e exaustor. O Sol queima a chuva molha e tanto faz porque quem perdeu
amando vivo vive morto morrendo sempre e ainda que a morte não exista essa
tristeza mortal para lá se muda e só a vingança por qualquer coisa de fancaria
e de se mostrar para fazer pirraça ilude porque na verdade quem morre por amor
não morre e quem morrer por morrer também não e não é por se morrer que o amor
finda.
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Num dia de inesperança e inexistência um olhar sorri de
lâminas e fogo e se faz luz e na sua velocidade e por um buraco de minhoca se vai
e ao vê longe se contempla a morte e se bebe em deleite o vinho fruta e exotismos um abraço e beijo
afirma o renascer.
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Nota: Por incapacidade da caixa de etiquetas, os créditos das músicas ficam aqui registados: Vídeo da Música «Adeus, não afastes os teus olhos dos meu», Vídeo da Música «Xico», Música de Simone de Oliveira, Música de Luísa Sobral.
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