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– Disse-me:
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– Fica…
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Antes que tivesse pressentido disparei à queima-roupa sem reparar
que me esticara os lábios pedindo-me. Distraído:
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– Tenho de ir.
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– ….
– O que foi?
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– Queria que ficasses.
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– …
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– Contamos os minutos. Onde está a união e a cumplicidade?
Onde ponho a cabeça depois de fazermos amor se adormeces num instante e te viras
para o outro lado da cama. Sinto-me só e triste.
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– … Tenho mesmo de ir
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– Já mo tinhas dito.
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– Tem de ser!
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– Já mo tinhas dito.
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– Ainda bem que percebeste.
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– Não percebi.
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– Digo-te a verdade. Sempre disse. Sou franco e honesto
contigo… Se te digo que tenho de ir, é porque tenho de ir.
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– …
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Debruçou-se e esticou-lhe os lábios.
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– Não me venhas dar beijos.
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– (Vou beber uma cerveja). Até logo, tenho de ir.
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