digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, outubro 25, 2015

A palavra impõe a verdade

.
Tudo o que se escreve é verdade, fiel ao pensamento ou ao que se diz sê-lo. Nem tudo o que se escreve é verdade, mas começa e acaba. Escreve-se antes, durante e depois das palavras. Escreve-se entre as letras. O que a boca nem diz nem as mãos conseguem. Escreve-se estando ou regressado e antevendo ou inventando. Em tudo, os dedos, zelosos escravos da cabeça – a minha é atormentada. É tudo verdade-mentira-duas-coisas. Olhe-se de onde se olhar é um retrato, o-escrito-o-lido-e-o-compreendido. Depois para-se e pode-se ficar a pensar. Quantas leituras cabem no coiso. E lá dentro e por entrar e saindo.

Sem comentários: