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Tudo o que se escreve é verdade, fiel ao pensamento ou ao
que se diz sê-lo. Nem tudo o que se escreve é verdade, mas começa e acaba. Escreve-se
antes, durante e depois das palavras. Escreve-se entre as letras. O que a boca
nem diz nem as mãos conseguem. Escreve-se estando ou regressado e antevendo ou
inventando. Em tudo, os dedos, zelosos escravos da cabeça – a minha é
atormentada. É tudo verdade-mentira-duas-coisas. Olhe-se de onde se olhar é um
retrato, o-escrito-o-lido-e-o-compreendido. Depois para-se e pode-se ficar a
pensar. Quantas leituras cabem no coiso. E lá dentro e por entrar e saindo.
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