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Não consigo ler, pois cansa-me muito. Nem romances nem
romances históricos. Reescrevo-os e torna-se num sufoco. Dos perfeitos aos
desastres, sem excepção são alteradas letras, palavras e personagens.
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Detenho-me quando a minha estória é incompatível com a do
autor. Um dia agarrei num manual de relojoaria e no estirador coloquei um
relógio morto e as ferramentas. Abri-o e fui anotando, por ordem e camadas. Que
pesadelo! Comecei a arrumar as pecinhas na caixa, mas sobravam e, quando
ajeitadas, a tampa não se fechava. Consegui, em menos duma hora, perceber que
não poderia ser relojoeiro.
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Foi mais ou menos o mesmo tempo para compreender que nunca
serei romancista.
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Nota 1: Escrevi um romance, mas não sei como. É curto e deu
tanto trabalho quanto as obras completas de Leon Tolstoi. É curto no número de
letras, mas é denso como ósmio e doloroso como a orfandade precoce.
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Terminei-o no Verão de 2003, se não erro, e farto de o
aturar expulsei-o em Janeiro deste ano. Recebi elogios, que guardo em segredo,
mas ninguém quis com ele tingir papel. Editei-o em formato digital porque
ninguém o quis. Vivera demasiado em casa.
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Nota 2: A dada altura, há um capítulo com o título «benvindo
sejas». Não é erro, é teima – sei que tenho razão! Se Maria é bem-vinda e Benvinda
quer dizer bem-vinda, por que benvindo se haveria de escrever bem-vindo?!
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quem o quiser comprar:
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1 comentário:
Quem somos... pergunta demagógica...ou não!
Lutamos por ser um, e um só ser independente, e depois vemo-nos arrojadamente a triplicar. Triplicamos personalidades, estados de alma e sentimentos.
ps ao JB: Não me canso(ou cansarei) de olhar para este quadro! Ainda hoje te digo OBRIGADA!!!!!!
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