digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, julho 26, 2015

De Istambul a Compostela

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Até Istambul sobrevoando as estrelas, por cima, por cima, e as constelações e as luzes da cidade, que reluziu ainda de ouro. Por cima, por cima, como o espírito liberto. Por cima do mundo e finalmente voando, e finalmente em recta, fora do peso, fora do redondo. E por cima.
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Por cima, quembaixo estão as dores das desilusões e só uma chegava. Grito a sorrir e sei que os da liberdade me amam e sem me ouvirem gritam:
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– Por cima! Por cima!
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– Por cima! Por cima!
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 Respondo-lhes como um cometa. Que os da liberdade são e os outros ficam e se deixam.
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Até Istambul, até ao Cairo. De Santiago a Compostela. De Miami a Cantão. De Belém a Lisboa.
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Por cima, por cima.
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– Quem me verá depois?
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– Diremos, mais uma estrela…
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Por cima, por cima. E que tão tarde se parte para onde nunca é cedo para se chegar.

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