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Chamaram-me
palhaço. Era a brincar, disseram, e que era com ternura. Chamaram-me palhacito.
Era a brincar, disseram, e que era com ternura. Não é por odiar palhaços e
arlequins que. É pela verdade das palavras, espelhos que me impõem. Palhaço,
sim – triste pela condição. Mais cruel é palhacito – triste pela condição de
nem chegar a ser adulto.
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Não conto
piadas porque sou palhaço. Conto piadas para poder ser amigo.
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– O que sou?
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– Palhaço.
Não há volta a dar. Pelas piadas e pela triste infância em que vivo.
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Pergunto e
respondo, porque ninguém dialoga com os palhaços quando não estão pintados.
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