digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, dezembro 12, 2014

Onde íamos

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Disse-lhe:
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– És muito bonita.
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– … Obrigada…
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– Gostava de me deitar contigo.
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– …
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– A tua boca faz-se de gomos e os teus olhos são gemas.
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– …
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– Antevejo-te o peito. Deduzo a cor da pele escondida.
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– …
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– Sei do teu calor e como será terno o agasalho que darás, antes, durante e depois do princípio e do tudo.
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– Esquece isso e vamos tratar do Inverno, antes que a Primavera trate de nós ou o Verão nos vulcanize.
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– Já esqueci. Onde íamos?
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– Para ali, para fazer amor.

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