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Saturado das cenas de ciúmes, cansado das vergonhas dos
escândalos, enjoado pela perseguição sinistra do olhar ao meu olhar, enfadado
dos modos controladores e de chantagem, agoniado por tantas vezes repetir
provas e actos… menti-lhe.
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Disse-lhe:
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– Acabou-se. Amo outra.
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Ferida, mortalmente intoxicada pelo orgulho, cega de
desamor, juntou todas juras, canseiras e perdições – que me amarravam – e fez
uma arma de guerra. Com ela agrediu-me, cada beijo dado tornou-se numa bala,
cada cama um matadouro, cada jura um veneno, todo o futuro sonhado um deplorável
engano.
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Fiz beicinho por vingança, fantasma teimoso. Tão felizmente
triste, olhei-a com os olhos do boi antes do sacrifício. Fingi engulho, até me
engasguei. Confortavelmente calado para nada ter de inventar e deixei que me
rebaixasse, de modo a ser varrido como lixo por debaixo da porta.
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Para a história ficou o meu arraso, assim ainda hoje se
ensina nas escolas a tragédia do meu desamor.
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Em segredo e sigilo:
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Cá fora, ar tão puro. Bebi vinho e saí pela rua a beijar na
boca as mulheres bonitas.
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Que morte tão boa me matou!
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Nota: Esta cena faz parte do filme turco «Karateci kiz» (mulher karateca), rodado em 1973. Na internet vem referenciada como a pior cena de morte do cinema... desconfio que haja muitas outras pérolas esquecidas.
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