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Abriram-me a tampa da cabeça
e amassaram a massa encefálica. Depois meteram a varinha-mágica para liquidificar.
Sal e muito piripiri. Acrescentaram bagaço para flambear. Tudo comido, à colher
até arranhar osso. Após uns arrotos, lavaram-me o interior do crânio com sulfato
de soda, decapante para tinta de navios e detergente para lavar manchas de crude.
Tudo bem esfregado com esfregão de palha-de-aço. Para culminar, enfeitou-se a
caixa com arame farpado.
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Não fiquei estúpido com tanta
peripécia. Já era estúpido.
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Fui eu quem
quis este tratamento spa. Fizeram-me o favor e devo sentir-me grato.
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Para a semana faço uma
trepanação e na outra uma lobotomia.
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Ando a juntar dinheiro para comprar
uma Mauser que use barbitúricos.
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Nota: A pistola da arte não é uma Mauser, mas também dispara comprimidos. Se não tiver dinheiro para a Mauser compro uma destas.
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