digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, setembro 19, 2014

Sangue

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Se me ouvirem dizer fado, querendo cantá-lo, é porque cavalgo e as costas não me doem pelo gingar do ginete. Terei na voz o mando das onomatopeias do chamamento do gado bravo na arena e nas mãos as rédeas que domam o oscilar da cabeça do bom amigo que me leva à garupa. Finto e corro com ele. Faz bonitos e ajoelha-se. Se me ouvirem gingão e perceberem o fado em mim, é porque o vinho me abraça.

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