Um dia vi uma vaca. Lá adiante, com uma cesta, ia a
camponesa, devia ir apanhar fruta. Uns bons metros atrás, o camponês levava, por
uma tira de couro, uma vaca mansa, malhada de branco e preto – chama-se a raça holstein-frísia
. Eu caminhava ao lado da bicha, mas perto dos quadris.
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Não lhe fiz mal... aquele animalejo de olhos grandes e doces
decidiu levantar uma perna para me dar um coice. Coitada, vaca tem pouco jeito
para pontapear. Ainda assim saltei e caminhei um bocado mais ao largo. O
camponês não teve dúvidas de que eu fizera qualquer coisa ao animal. Mas não.
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Já estive em ganadarias bravas, a poucos metros de touros
temperamentais, e nunca um bovídeo me quis atacar. É certo que uma vez o
ganadeiro disse que era melhor subirmos para a carrinha... não percebi... o
touro continuava imóvel a ruminar e com ar nobre, junto do sobreiro que lhe
dava sombra.
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Disse-me:
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– Está a uma distância segura, mas se resolve correr põe-se
aqui num instante e nem conseguimos fugir.
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Lá disso sabe o ganadeiro. Estive noutras ganadarias e
sempre gado bravo com um vagar quieto, sem vontade de se aproximar para
conversar. Até se foram embora...
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Mas a magana da outra, a holstein-frísia sem nome e que
poderia ser Estrelinha, que era mansa... ainda por cima passei por malfeitor.
Bem, bom leite dava e desculpo-lhe a tentativa de agressão.
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Nota: Estou apaixonado pelo trabalho da Joana Villaverde.
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Nota: Estou apaixonado pelo trabalho da Joana Villaverde.
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