digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, agosto 06, 2014

Há quanto tempo!...

– Olá!
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– Humm?!
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– Olá.
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– Hã?!... Olá. Desculpa, não estava a ver quem eras... há quanto tempo!...
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– É verdade. Então, que fazes por estas bandas?
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– Vim viver para aqui... há coisa de um mês e meio... Então e tu?
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– Olha, vim viver para aqui há... acho que quinze anos.
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– Que giro! Que fazes?
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– Vendo seguros. Tenho uma pequena empresa. E tu?
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– Olha, sou professora. Consegui ficar efectiva aqui na escola e resolvi vir viver para aqui.
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– Onde vivias antes?
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– Na linha de Sintra.
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– Pois, devia ser uma chatice.
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– A dada altura uma pessoa habitua-se. Mas viver perto é sempre melhor.
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– Tens visto aquela malta que parava lá no café do Santos?
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– Nunca mais vi ninguém.
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– Eu também não. Gostava de reencontrar algumas pessoas...
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– Opá! Também eu.
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– Acreditas que às vezes penso em ti?...
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– Oh! A sério?!
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– Sim. Juro.
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– A sério. Olha lá, agora que somos vizinhos podíamos um dia destes tomar um café...
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– Boa ideia!
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– Diz-me aí o teu número de telefone... dou-te um toque e ficas com o meu aí regostado.
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– Ora, 9X XXX XX XX.
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– Ok! Estou a ligar.
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– Já deu. Bem, tenho de ir... gostei de te ver e vamos tomar café e pôr a conversa em dia.
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– Combinado.
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Pensa ela:
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– Que giro, pensa em mim... acho que estava a ser simpático... claro que não pensa... ou nem quero imaginar no que possa pensar.
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Pensa ele:
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– Espero que consiga disfarçar quando ela me perguntar no que penso quando penso nela. Espero facturar.

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