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O meu
coração é de esferovite!
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Não
tenho qualquer conceito que torne este simples verso numa obra de arte ou em
parte integrante de criação maior.
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Rimar
com infinitivos não é proibido... bem queria a malta do hip hop pra se queixar.
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Na
maioria das vezes é só falta de talento.
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Ou
tempo a menos nas ruas e esplanadas, de cervejas e charros criam a ilusão de
gerar artistas.
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Há os
taxistas que fazem poemas complicados, longos e palavrosos, com todas as
palavras que conseguiram colher no dicionário.
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Têm
mais memória, mas menos música. Ainda que o hip hop, cá da terra, seja todo
igualinho, feio como todos os pais que usaram a mesma mãe.
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Não
tenho estatuto para bobo nem para maluquinho de aldeia. Para muita gente, algo
desinteressante e exótico entre os dois seres.
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Imito.
Como todos imitamos, mesmo quando genuinamente criamos. Minto, como todos os
que criam.
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Mas
para que irei nu para a Segurança Social se alguém já meteu um urinol numa sala
de exposições?
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Só a
clemência, por causa do frio e da fome, me livrariam da saída apoteótica, ainda
que repetida, numa ambulância. Se o fizessem estragavam-me a arte e o
propósito: passar à frente de toda a gente.
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Pergunto-me,
num monólogo denso que só será lido com muito uísqui, demasiado fumo, apertado
em livros de lombadas velhas e de poetas que ninguém quer saber: Devia ter
estudado para ministro?
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Que mulher
banal me quer? Talvez ébria e por isso não me leve a sério.
1 comentário:
só vim pela foto, gata gostosa
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