Não quero que sejas pedra para que nunca te jogue nem me
aleijes.
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Não quero que sejas mar para diluir as lágrimas.
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Não quero que sejas ar para que te use e despreze.
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Não quero que sejas fogo para que me queimes como mariposa.
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Quero-te como o sabão, que lavas e acaricias.
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Que no fim possa dizer que nos usámos e desfrutámos até ao
fim.
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Que brincámos às bolinhas e nos zangámos, deixando-te cair e tu fugindo escorregadia.
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Lavas-me a alma, e limpo posso amar-te sem pecado.
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Para cada pecado, os sete ou outros desconhecidos,
temos um elixir.
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Sabão, é forma de abrir a boca sem alternativa... o que quero é que sejas para
sempre a minha mulher...
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E que eu, doente de parvoíce, mereça sempre o teu carinho.
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Que quando da dor, da insónia e do susto possas ser o
champô, que não limpando amedronta os temores.
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Que tu doente possa ser o antídoto.
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Este é um momento em que não digo nada e te olho nos olhos, estejam aqui ou noutro lugar.
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Que tu doente possa ser o antídoto.
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Este é um momento em que não digo nada e te olho nos olhos, estejam aqui ou noutro lugar.
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Quando chegares a casa dar-te-ei um beijo...
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Espero que não tenhas lavado a boca com sabão.
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