digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 28, 2013

Uma onda leve que leve o peso

Das margens fora. Sem horizonte nem tempo no fim da luz. Cairá a noite e a Primavera que se segue à meia-noite será de melancólico Inverno. O negro nas cidades é quase azul-prussiano e na madrugada o céu fica roxo e depois lilás. Como o Senhor dos Passos, um solene caminhar com solidão e tanto faz a cidade ou a vereda. O luto vestido empalidece no esquecimento e escuridão, até que o corpo seja ar e o pano esteja por fim morto. Ficará na terra ou no mármore algumas letras gravadas e nada mais. A alma talvez tenha regressado, o novo corpo não depositará flores na tumba daquele que o antecedeu. É triste a morte não existir nem o mundo acabar a tempo d’eu morrer.

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