Das margens fora. Sem horizonte nem tempo no fim da luz. Cairá
a noite e a Primavera que se segue à meia-noite será de melancólico Inverno. O
negro nas cidades é quase azul-prussiano e na madrugada o céu fica roxo e depois
lilás. Como o Senhor dos Passos, um solene caminhar com solidão e tanto faz a
cidade ou a vereda. O luto vestido empalidece no esquecimento e escuridão, até
que o corpo seja ar e o pano esteja por fim morto. Ficará na terra ou no
mármore algumas letras gravadas e nada mais. A alma talvez tenha regressado, o
novo corpo não depositará flores na tumba daquele que o antecedeu. É triste a
morte não existir nem o mundo acabar a tempo d’eu morrer.
Sem comentários:
Enviar um comentário