digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, agosto 24, 2013

Xabregas

Estava bêbado
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Não me lembro da música
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Passavam dos dez vodcas.
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Não sou Messias!...
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Não sou profeta!...
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Não sou Cristo!...
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Sou nulo!
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A tua boca. A tua boca tem.
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Uma pastilha-elástica que não existia.
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Era Xabregas, era sutiã, era beijo.
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Era sexo. Eras tu. Era ela. Era amiga.
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Foi?
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Faço artifício.
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Fiz de manequim.

Movimento, crido perfeito.
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Eco!
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Entre vodcas e os beijos. Os teus beijos. Os meus beijos.
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Na altura ouviam-se canções.
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Sem ser perfeito pra ti.
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Sem seres perfeita pra mim.
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Partilhámos táxis.
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E corpos para partilhar.
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Quem nunca fomos além dos nossos.
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Assim creio. Além creio.
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E assim, esse suor, colado ao meu.
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Por ti, pra mim... se fossemos.
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Por fim.
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Enfim.
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Sem esquecimento e nunca esquecendo,
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Ainda aquele dia, antes do antes da antes da minha,
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O beijo antes do antes do teu.
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Uma memória caduca.
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E esse futuro. Sem esquecimento.
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Ui! Xabregas! A Sofia, o tempo, o reencontro, o mundo e a vida.
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Xabregas. Só duas vezes.   Cinco, seis vezes, contigo talvez só duas.
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Nosostros com vidas. Só duas.
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As vezes...
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Esses beijos roubados.
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Dos intervalos das viagens dos meus pais.
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Eu de pijama e tu de mulher.
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Beijos.
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Não esqueço!
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A boca e o mais íntimo de eu.
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Vindo-me, em ti, na boca, na cona.
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Uma namorada quase tão breve.
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Como.
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Qualquer amor que se ama não querendo amar.
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E se ama.
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Amando, porque amar é a razão.
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De amar.
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Nota: ano e mais anos, depois ou talvez mais. Ainda assim, anos, na rua do Chiado, na Garrett, beijinho pra cá e lá, e estavas giras, eu solteiro, e mais um tempo, e encontro e beijos e não nos comemos. Mas depois... oh depois! Família e filha. Conhecemo-nos donde? Somos amigos. Porém. Seremos pra sempre amigos.

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