Era de tarde, quase noite. Era de tarde, quase tarde, quase
noite. Era de noite, quase tarde.
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Uma prostituta, um quadro.
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A luz amarela e o frio, que se intuía, ou era mesmo.
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Carlos Mendes, Natal, compras e isso.
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Três pessoas, três vidas. Três pessoas, duas vidas. Três
pessoas, o desejo duma vida.
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Solidão, quando se passeava com a mãe, junto às montras...
ainda que não.
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A música, a que tocava no rádio, a das ruas, a da vida.
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Amélia. Quem? A dos olhos doces, a quendera que fosses.
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Apenas mulher.
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Eu, miúdo, lembro-me da luz amarela do ateliê e do meu pai.
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Quadro e quadros fazendo-se, e a Amélia.
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A mãe que não chegava e a vida que ainda assim existia.
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E existia, sem perceber se era vida.
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