A verdade é um local estranho.
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Digo local, porque sendo sempre quem somos, nem sempre
estamos.
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Podendo estar, nem se está, se noutro poiso tivermos o
sentir.
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A verdade, de quem? E que honestidade?
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Seja de Deus ou da ciência ou da ciência de Deus ou do deus
da ciência, nunca é exacta, sendo-o sempre.
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Chamemos-lhes erro de paralaxe, juízo em causa própria, egocentrismo,
presunção.
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O que me melindra é não me verem a importância que julgo
ter.
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O que me comove é ver a grandeza dos que não a sabem.
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O que me faz mosquito é reconhecer a grandeza dos que não
dizem.
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Uma vida dura uma medida exacta, de minutos precisos em
tempo variável.
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A verdade, numa crua bondade, não comove, faz-se esperar.
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Se amo, acredito. Se amo, duvido.
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