digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 09, 2013

Livros que não leio

Se disser acredito que não acreditam, acredito. Juro que é verdade e teimarei até que reencarne num santo e que, por princípio de paz, deixe de teimar.
.
Amo todas as mulheres que amei. Amo-as nesses seus passados. Todas as folhas tombadas são folhas da mesma árvore que nunca morre, nem antes nem depois da vida dum homem.
.
Amo-as nesses passados, e esquecido das dores. Todas as flores e as que não o foram nem têm cor.
.
Todas, menos a dos olhos, que alumia com a alma.
.
Não posso negar os amores, estão escritos.
.
Livros que não leio.
.
Porque a morte não existe. Não posso matar quem amei.
.
O amor é eterno, como é eterno o segundo e o milímetro.
.
Infinitamente divisíveis. Finitamente, amáveis.
.
Todas menos a dos olhos, que alumia. Luz de alma.
.
Sem pretérito e só futuro mais que perfeito.
.
Guia do alento. Bengala ou de manco.
.
Como se não houvessem antes, todos os beijos.
.
Os outros amores são afluentes e a água dos olhos só parará no mar.
.
Quando o sal das lágrimas aceitar o destino final.
.
Porque a alma e o amor são eternos, teimarei todas as vidas.
.
Teimarei até que reencarne num santo e que, por princípio, deixe de teimar.
.
Por ser óbvia a luz que dos olhos nasce pra me guiar.
.
Um amor contente e sereno.
.
.
.
Nota: Para, quem sabe, dançar.


.
Nota: A música é em leonês. Ainda que lhe chamem mirandês, será sempre leonês!

Sem comentários: