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Amo todas as mulheres que amei. Amo-as nesses seus passados. Todas as folhas tombadas são folhas da mesma árvore que nunca morre, nem antes nem depois da vida dum homem.
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Amo-as nesses passados, e esquecido das dores. Todas as flores e as que não o foram nem têm cor.
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Todas, menos a dos olhos, que alumia com a alma.
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Não posso negar os amores, estão escritos.
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Livros que não leio.
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Porque a morte não existe. Não posso matar quem amei.
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O amor é eterno, como é eterno o segundo e o milímetro.
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Infinitamente divisíveis. Finitamente, amáveis.
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Todas menos a dos olhos, que alumia. Luz de alma.
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Sem pretérito e só futuro mais que perfeito.
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Guia do alento. Bengala ou de manco.
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Como se não houvessem antes, todos os beijos.
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Os outros amores são afluentes e a água dos olhos só parará no mar.
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Quando o sal das lágrimas aceitar o destino final.
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Porque a alma e o amor são eternos, teimarei todas as vidas.
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Teimarei até que reencarne num santo e que, por princípio, deixe de teimar.
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Por ser óbvia a luz que dos olhos nasce pra me guiar.
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Um amor contente e sereno.
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Nota: Para, quem sabe, dançar.
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Nota: A música é em leonês. Ainda que lhe chamem mirandês, será sempre leonês!
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