Hoje fumo um cigarro, para esquecer ontem. Hoje tomo os
comprimidos que me porão como anteontem. Hoje beberei água e trabalharei. Hoje acordei
para não me apetecer. Hoje fugirei daqui.
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Estás linda a meu lado, dormindo enquanto as minhas
palpitações comprimem o coração, afogam o respirar e oprimem a alma. Se estivesse
a morrer, acordarias…
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Deste dia não haverá memória. Ameaça de chuva, frio e tédio.
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Esmagado, encastrado num sofá, vejo que não acabei o uísque.
Sem ressaca, o odor da ressaca está no copo. Agora está tudo quente, ou pior,
morninho.
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Na inquietude do sono, a humidade da vida. Se é Inverno, devia
ter frio.
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São dias destes que confrontam: para que serve viver?
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