digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Azul como o limão

Tirei o doce ao limão e bebi o amargor, sonhando com veneno e como se estivesse consciente.
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Dizem que o azul é triste. Não sei, não percebo. Triste seria a vida sem azul. E a luz sem azul.
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Triste será o verde, que dizem ser da vida.
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Enjoa-me mais o amarelo, do limão. Até lhe prefiro o amargor.
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O negro é luto? Seja, viuvez de luz. E toda a cor é a coisa nenhuma que o branco não é.
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Cru, despojamento. Sem luxo nem glória. Tecido tosco, humildade. Luto?
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Ah! Magnífico é o escarlate e o carmim é eminente. O azul é real.
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Real é o azul do céu, sítio sem alcance. Azul é triste? Triste é só beber limão com açúcar.

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