digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, julho 15, 2012

O dia

Doem-me as veias como se não tivesse mãe. Tenho a vida presa entre o queixo e a cova do pescoço, um certo aperto estrangulador.
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Não é só tédio, são dias a mais, dias rápidos na vida, dias longos para o dia. Agora volta o mundo e não tenho saudades.
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O doloroso dia, de sono e desistência, de medo e birra. Quero adiar. Um dia longo numa semana curta, que já parece longa. E a vida passa a correr.
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Não é só tédio, nem melancolia, nem tristeza, nem nostalgia, nem saudade, nem ciúme, nem impotência, nem desânimo, nem falta de vontade, nem desistência, nem contrariedade… é a vida e a filha-da-puta duma vontade de gritar.
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Opá! Quero amar e ser amado. Quero um amor como o da Bela Adormecida. Uma casa com piscina, uma vinha, um olival e vista para o rio e sem vizinhos. Quero esta mas outra cidade. Preciso de céu azul e nuvens de tempestade. Não dispenso o vento.
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Não preciso que me empurrem. Tenho regresso. Não sei para onde, mas sei que será a gritar. Nem que fossem cem anos, esta sesta é curta. Ao acordar, o sentimento duma vida estúpida.

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