Doem-me as veias como se não tivesse mãe. Tenho a vida presa
entre o queixo e a cova do pescoço, um certo aperto estrangulador.
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Não é só tédio, são dias a mais, dias rápidos na vida, dias
longos para o dia. Agora volta o mundo e não tenho saudades.
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O doloroso dia, de sono e desistência, de medo e birra. Quero
adiar. Um dia longo numa semana curta, que já parece longa. E a vida passa a
correr.
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Não é só tédio, nem melancolia, nem tristeza, nem nostalgia,
nem saudade, nem ciúme, nem impotência, nem desânimo, nem falta de vontade, nem
desistência, nem contrariedade… é a vida e a filha-da-puta duma vontade de
gritar.
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Opá! Quero amar e ser amado. Quero um amor como o da Bela
Adormecida. Uma casa com piscina, uma vinha, um olival e vista para o rio e sem
vizinhos. Quero esta mas outra cidade. Preciso de céu azul e nuvens de
tempestade. Não dispenso o vento.
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Não preciso que me empurrem. Tenho regresso. Não sei para
onde, mas sei que será a gritar. Nem que fossem cem anos, esta sesta é curta. Ao
acordar, o sentimento duma vida estúpida.
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