Como é doce o teu rio, que é teu corpo, estendido a meu lado
e calmo como um lago. Teus braços, braços de rio, abraçam-me como se eu fosse
uma rocha e os teus cabelos são pássaros pesqueiros alimentando-se na água. Que
bom é acordar no sossego da sombra das árvores e franzir os olhos para
felicitar a luz. Dou-te um beijo e tu adormecida sussurras qualquer coisa, mais
baixo, infimamente mais baixo que um sussurro, com um sorriso, como se tivesse
atirado uma pedra à água para a fazer ricochetear antes de mergulhar. Digo: bom
dia meu amor e tu sem sobressalto sorris, correndo o sono como a água de
brilhantes. Daqui a nada, quando acordares será o começo do teu dia. O meu vai
no meio-dia e já o Sol te grita: bom dia meu amor, acordaste finalmente.
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