digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, maio 08, 2012

Rio

Como é doce o teu rio, que é teu corpo, estendido a meu lado e calmo como um lago. Teus braços, braços de rio, abraçam-me como se eu fosse uma rocha e os teus cabelos são pássaros pesqueiros alimentando-se na água. Que bom é acordar no sossego da sombra das árvores e franzir os olhos para felicitar a luz. Dou-te um beijo e tu adormecida sussurras qualquer coisa, mais baixo, infimamente mais baixo que um sussurro, com um sorriso, como se tivesse atirado uma pedra à água para a fazer ricochetear antes de mergulhar. Digo: bom dia meu amor e tu sem sobressalto sorris, correndo o sono como a água de brilhantes. Daqui a nada, quando acordares será o começo do teu dia. O meu vai no meio-dia e já o Sol te grita: bom dia meu amor, acordaste finalmente.

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