digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Ninguém atende



Brilho da língua, contraluz, contrassol e água fresca. Viagem? Certamente. Dúvida? Sim. Ciúme? Também.
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Hoje beijava uma pedra. Cinzenta, um seixo. Primeiro seca. Depois molhada pela corrente fresca. Onde estaria?
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Mando cartas sem respostas. Do outro lado do telefone ninguém atende. Será que fuma? Em que lençóis se acoita? Morada desconhecida, pessoa incerta ou transparente.
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Estou? Sim? É do zoo? Conversas cruzadas, linhas trocadas, palavras de enganos. O coração ao pé da boca.
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Um pontapé na boca.
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Pesadelo com uma actriz, que sei não ser a virginal amante, de muitos desfloramentos. A actriz é de muitas camas, mas não da minha. Na dúvida acordo. Sufocado como se fosse a verdadeira.
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Se não esqueço é porque se esqueceram. Gostaria de estar nesse sítio, de água fria e Sol. Na falta, uma pedra.
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Outro pontapé na boca.
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Brilho de sangue na boca. Água tingida, de sangue e de dúvidas. Viagem? Sim. Ciúme? Também.
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Nem uma conversa de linhas trocadas. Ninguém atende do outro lado. Será que fuma?

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