digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Espreguiça-te



Espreguiça-te em mim. Antes de cair no sono caímos no desejo, até à satisfação plena. Espreguiça-te em mim. Grande como uma sequóia e tu frágil, enrolas-me como as lianas. O teu respirar dá-me vida e o calor tira-me água. Abraçados toda a noite, atiro-te pedrinhas ao sono, com promessas de amor, que não te abrem as vidraças em delícia nem ouves atrás do sonho. Acordamos em beijos e conto-te o que disse ensonado. Ris e faço-te cócegas, como as que te fiz antes de deitar. Despejo-te água, como o fiz antes que adormecêssemos. Só a fome nos tira da cama. O dia fica para depois.

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