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Não sabia que as flores podiam odiar. Perdi um bocado de mim. Tenho no meu tronco um túnel, coisa redonda perfeita, sem nada dentro. Perfeitinho. Calcinado. Vê-se como se fosse de cimento, mas menos rugoso. Totalmente liso e macio. Levou-me a flor. Não encontrou o coração, que esse há muito teve independência. Mesmo lá no Norte, em Edimburgo, bate sentido. Quando sente a alma, sente ele. Que mal terei feito, crime grave. Fui fértil. Desejei e amei. Hoje sou o estrume que alimenta o ódio ou o desprezo ou a negação ou qualquer coisa cuja sombra espeta. Fiquei a saber que as flores mentei e odeiam. Deve ter sido grande o amor por mim.
1 comentário:
Deve-se amar cru.Mordiscado de tempos a tempos.. Embora seja gorducho é rijo e tónico. Flor amarela,intimidade,paixão e amor. Liberta as escórias e não pesa no estômago. :)
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