digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, março 05, 2011

Dia de sol





















Também há tristeza nos dias de sol. Só não se chora com os olhos postos no horizonte e, lavados em lágrimas, confundem-se com a ondulação de calor, a ilusão de óptica que turva a paisagem.
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Queria-te mais perto. Quando o sol se levanta com força ou quando a chuva o abaixa. Há tanto tempo não tenho um domingo assim.
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A memória apaga-se, mas outra inventa-se. Sei gostar e, não me lembrando, estás com todo o nosso passado. Quase tudo inventado, mas não deixando de ser verdade.
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Desce em mim uma luz, queria e sonho. Elevando-me pelo feixe, uma grua içando-me. Vou da terra onde estás ao céu onde nos encontraremos.
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Não me lembro, mas sei ter sido feliz. Desejo que tivesse sido contigo. E tu comigo. Num dia destes, de sol, satisfaz-me saber que chove. É mais fácil apaziguar a tristeza e os remorsos.

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