digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

À namorada morta

Antes que me perguntem, tenho o coração em Edimburgo, assim não dói. Com o corpo cansado de prazeres e aborrecido por se malentender na cabeça, sem corpo para velar. Não namoro há tanto tempo, não sinto falta. Como sentir, se tenho o coração no Norte e a cabeça no Inferno?!
.
Juro que não conheço. Nem as que conheci, partiram, morreram, não me lembro. Sem marcas de dedos nas costas ou derrames no pescoço. O fantasma é vivo.
.
À noitinha, quando já dormirmos, deito-me contigo. Se puder, nos teus cabelos enrolo os dedos. Cara na cara. Lábios na cara. Quase os beijos. Sem corpos. Além faremos amor.
.
Antes que me perguntem, digo que não direi. Depois do corpo, porque esse é malentendido na cabeça. Logo à noite, quando já dormir, faço amor contigo. Mesmo sem cabelo onde enrolar os dedos.
.
.
.
Nota 1: Para mim, o catorze de Fevereiro só é bonito, porque nasceu uma menina que terá sempre quatro anos.
.
Nota 2: a menina de quatro anos não morreu.

Sem comentários: