digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Rio de angústia

É como um rio que nasce e corre, cada vez mais caudaloso. Rio de Inverno, ganhando corpo e força. Perigo de transbordo e afogamento.
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Angústia ao acordar. Às horas úteis do dia. Ao deitar. Até amanhã. Acordar numa vida que não se quer. Ver a chegar a vida que não se quer. Ser quem não se quer. Angústia nas horas mortas, nas horas de sono e em todas as outras horas.
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O corpo sempre em tremor. Um lugar de esconder que não esconde. Um sono que não é eterno. Por que teimam em passar todas as horas em que se dorme? Por que pastam lentas as horas de olhos abertos?
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Rio que corre e traz sedimentos de qualquer coisa que se desconhece. Rio que traz angústias para a esperança. Rio de lágrimas. Rio dos que se querem mortos. Angústia em todas as horas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por mim essas horas também já passaram, e por vezes teimam em tornar a passar...

agora só aceito em mim aquilo que eu quero